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PortuguêsNoções gerais de compreensão e interpretação de texto


EXERCÍCIOS - Exercício 69

  • (INSTITUTO AOCP 2018)

Texto II

O Medo

Em verdade temos medo.

Nascemos no escuro.

As existências são poucas;

Carteiro, ditador, soldado.

Nosso destino, incompleto.

E fomos educados para o medo.

Cheiramos flores de medo.

Vestimos panos de medo.

De medo, vermelhos rios

Vadeamos.

Somos apenas uns homens e a natureza traiu-nos.

Há as árvores, as fábricas,

Doenças galopantes, fomes.

Refugiamo-nos no amor,

Este célebre sentimento,

E o amor faltou: chovia,

Ventava, fazia frio em São Paulo.

Fazia frio em São Paulo...

Nevava. [...]

(Poema extraído da obra “A Rosa do Povo”. ANDRADE, Carlos Drummond de. Rio de Janeiro: José Olympio, 1945)


Em relação às ideias do texto II, assinale a alternativa correta.


A) O eu-lírico revela satisfação com o tempo presente e uma perspectiva futura otimista e de certezas, o que se expressa pelo verso “Refugiamo-nos no amor”.

B) Os versos “E fomos educados para o medo. /Cheiramos flores de medo. / Vestimos panos de medo.” consistem em uma extensão e complementação das ideias contidas nos versos que celebram a cidade de São Paulo.

C) Há um conflito entre o sujeito lírico, o leitor e o medo, uma vez que ter medo é uma ação que regula e limita a condição social do sujeito. Isso se expressa nos versos “As existências são poucas:/ Carteiro, ditador e soldado”.

D) O verso “E fomos educados para o medo” demonstra a necessidade de o ser humano se adequar à realidade externa, expressa nos versos “Nascemos no escuro./ As existências são poucas”

E) Compreende-se que a exclusão social origina-se do medo e do comportamento apavorante e melancólico dos indivíduos. Isso se comprova pelo verso “Somos apenas uns homens e a natureza traiu-nos.”.


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